O encontro de Sandro Becker e Meyre Kal
cantando Gatinho Angorá, aconteceu em um momento divertido e cheio de
gargalhadas, que fez lembrar os bons tempos do forró de duplo sentido
verdadeiro, e rendeu uma poesia de Reinadi Rodrigues Euflor.
"o forró de duplo sentido é uma rica seara
para estudos de língua portuguesa, pelo emprego perspicaz dos recursos linguísticos e pela produção inteligente e
divertida de sentidos, que revela o jeito irreverente do povo brasileiro de
viver e lidar com seus pudores e despudores."
O DUPLO SENTIDO NO FORRÓ: ESTUDOS SEMÂNTICO-ESTILÍSTICOS de Morgana Ribeiro dos Santos (UERJ - 2012)
O DUPLO SENTIDO NO FORRÓ: ESTUDOS SEMÂNTICO-ESTILÍSTICOS de Morgana Ribeiro dos Santos (UERJ - 2012)
A poetisa Reinadi escreveu em sua página do Facebook “Estou pensando nas alegrias e
inspirações que brotaram com a minha participação com o texto/poema de abertura
no #encontronacionaldoforro2017 e minha presença nos Shows na Área Verde do
#ValparaísoHotel . Meu carinho poético para #tearproduções, Meyre Kal, os
Organizadores do Evento e ao Cantor, Compositor Sandro Becker”.
– MENESTRÉIS DE TODOS OS CANTOS –
{Da Idade Média aos Palcos do Encontro Nacional do Forró 2017}
Ao longo da nossa história
Foram muitos os travadores
Poetas ou cantadores
Trabalhadores com glória.
Que fizeram a trajetória
Quais Menestréis da Idade Média
Numa cruzada com modéstia
De Norte a Sul, Leste a Oeste
Aportaram no Nordeste
Que em luz deixaram réstia!
E cantam nos encantando,
Esses Menestréis do Brasil!
Tão poético como um assovio
Às madrugadas varando
Deixando donzelas sonhando
Na música a ouvi-los em gorjeio
Em poema ou amoroso enleio
Tal e qual um Sandro Becker
Quando arroja o pé no breque
Haja Forró! Haja galanteio!
O cantador foi se achegando
Depois de instalado na Côrte
Todo faceiro fez a corte
Uma donzela foi convidando
Que subira ao palco iluminando
Pra com ele em parceria
Catarem e a desafia
Brilhar com ele na noite
E tal qual vento de açoite
Um vendaval de riso rugia!
Hum... Porém ele não sabia
Ser ela uma ‘gatinha angorá’
E cantava que nem sabiá.
Trazia na garganta melodia
Que toda pele arrepia
Ao soltar a voz na madrugada
Linda e, sensual e, recatada!
E Dom Juan ficara encantado
Na noite tão ovacionado
Vibrava com a doçura da Gata!
Para que o forró os aclamasse
A noite fora um deslumbre só
Na plateia não ficara grão de pó
Que do chão não se alevantasse
E ao Menestrel encantasse!
Forró e Encontro... Diversidade
Que no Nordeste é realidade
É Forró no pé, Forró de raiz;
Molejo na voz... Ginga nos quadris
– Forró –, Tropical sensualidade!
Reinadi Rodrigues Euflor
2017-04-18 às 09h09min
Cruz das Almas
Encontro Nacional do Forró 2017.
Imagens: Danyelle Lopes e José Alípio Martins