Blog em Homenagem à MEYRE KAL -
CANTORA, COMUNICADORA, REPÓRTER, GESTORA CULTURAL - NASCIDA EM CRUZ DAS ALMAS (BAHIA). CERCA DE 30 ANOS DE CARREIRA. EM SEU CANTO HÁ FORRÓ, MPB, SAMBA, AXÉ, POP, ROMÂNTICO E MAIS! VOZ PRINCIPAL E LÍDER DA BANDA DE FORRÓ BEIJU DE COCO. instagram: @meyrekal_bandabeijudecoco
"Fica em Casa" é a primeira faixa do Projeto Educa
Rap.
Uma iniciativa do @educa.rap, que tem como objetivo,
contribuir com a conscientização das pessoas quanto a necessidade de isolamento
social, durante o Covid-19.
A música é uma composição de ErriVance com participação de Uh!
Neto (@uh.neto), Raissa Caldas (@raissacaldas_)
e Leepão (@leepao_075).
Foi gravada no Studio LK Rec (@studiolkrec) e o áudiovisual
teve edição de MK LoKonsciente (@mklokonsciente) e @gabriel.srft.
O contrabaixista e amargoense Valmir Caldas prestou uma linda homenagem ao grande Moraes Moreira, que faleceu no último dia 13 de abril, no Rio de Janeiro. Valmir pegou seu violão e executou a canção Meninas do Brasil. E pra dar um toque especial, seu amigo e percussionista Jansen Santana, fez uma montagem no vídeo acrescentando um toque especial à homenagem.
Jansen Santana é filho de Peu Meurray, também percussionista e também amargosense, que dentre tantas coisas feitas e produzidas destacamos a canção "Caçador de bom dia", uma canção que nos leva a saldar o dia logo cedo, com poesia e melodia que acalma, e ao mesmo tempo com uma batida percussiva visceral, bem no estilo Peu Meurray. Nessa canção a composição é uma parceria de Peu com Valmir Caldas e Leonardo Reis. Veja um trecho da canção.
Meyre Kal trabalhou com Valmir Caldas na Banda e Trio Estrelar, viajaram bastante fazendo vários shows. Já, Meurray e Meyre não chegaram a trabalhar juntos, mas, em comum nas suas carreiras têm a Banda Oliveira, onde Peu foi percussionista um tempo antes da chegada de Meyre, que ingressou como vocalista da banda baile, originária da cidade de Castro Alves.
Meyre Kal, Robson Morais e Janete Dantas - Salvador, julho/18
Veraneio, Tempo é ouro, Sambando nos bairros, Mão na mão,
Burungundum e Pagando pra vacilar são algumas das canções que tem a inconfundível
voz do cantor Robson Morais, integrante das bandas Mel e Bândabah. E olhe que essa
relação de músicas citadas, por incrível que pareça, não resume os maiores hits
emplacados na voz do cantor.
Na manhã deste domingo, 05 de abril, um agradável bate papo
pelo telefone, presenteou os ouvintes da Rádio de Cruz das Almas (Ba), Santa Cruz
FM. O comunicador e locutor Silvio Caldas, que comanda o programa Gandaia Geral,
sempre nos finais de semana, contou com a participação mais que especial de
Robson Morais no quadro Flash Bahia, que é um momento em que a rádio reserva
para tocar canções da Axé Music que deixaram saudades.
Uma parte da história musical de Robson foi lembrada na
conversa, ele contou que era roadie da banda Asa Luz e em 1985, ao lado do
amigo e percussionista, Orlandinho Costa, cantou pela primeira vez. Depois fez
parte da banda do Trio Top 69, onde ficou por entorno de oito meses, ocasião inclusive
em que cantou em cidades como Cruz das Almas e Sapeaçú. Trio e banda Realce foi
o trabalho seguinte do vocalista. Ele revelou também que ainda fez barzinho
durante um tempo, ao logo de sua trajetória musical.
Ao ser perguntado sobre sua ida para a Mel, lembrou que
assumiu o vocal masculino da banda no lugar do cantor Nonato, conhecido como Negão,
que era do Rio grande do Norte e participou da formação da banda por em torno
de um ano. Robson então, que era cantor do trio Realce e tinha feito diversas campanhas
políticas, em 1991, cantou numa Lavagem do Bonfim, como teste, e ficou como
cantor oficial do grupo Mel. Sobre o teste o mesmo só soube depois, pois naquela
ocasião achou estranho pra uma banda que já tinha três cantores, ter sido
chamado para ser o quarto. Foi então que passou a integrar, ao lado de Alobened
Airam e Márcia Short, o trio que mais imprimiu sucessos no Brasil e no mundo
com Banda Mel. Na conversa Robson lembrou junto com Silvio, que a primeira formação
da Mel foram os cantores Bukjones, e as irmãs Janete e Jaciara Dantas, esta
última falecida há alguns anos. A história musical da banda vinha de longas
datas pois, sucessos como Faraó Divindade do Egito, Protesto Olodum (E lá vou
eu) e Ladeira do Pelô tinham sido emplacados no Brasil, e a responsabilidade do
novo trio era grande. Os três primeiros vocalistas da Mel, nessa ocasião eram
comandantes da banda Gente Brasileira.
Robson Morais em 2018 em Salvador, num evento com Meyre Kal, e ainda aparecem na foto os músicos Will Wagner e Marcelo Rocha
A canção Prefixo de Verão
Foi uma mudança radical o ingresso dessa música no trabalho
da banda Mel, uma nova velocidade rítmica ao que se vinha praticando na música
da Bahia àquela época, e também, em contrapartida, um ritmo diferente das
músicas afro, que também eram sucesso. Prefixo de Verão era um samba reggae com
mistura de marcha-rancho (tipo um frevo lento), foi na verdade o primeiro samba
reaggae romântico, contou Robson Morais. Melodias e arranjos de metais mais
bem elaborados, foram as marcas desse hit. Robson confessou ainda: “eu já cantava
essa música antes, há uns 03 anos no Realce”. Com a Mel mudamos pra um formato
mais comercial. A direção da banda e a gravadora não gostaram, porém, o
produtor musical do disco, Paulo Ferreira apoiou Robson quando levou a música
pra banda conhecer, a composição é do falecido Beto Silva. Não seria a música
de trabalho do grupo, as rádios começaram a tocar ela de forma espontânea,
junto com Le fudez vouz, esta sim seria a canção de trabalho da Mel, e as
rádios tocavam então duas músicas da banda ao mesmo tempo. “São músicas eternas
que a gente canta e dança até hoje”, comentou Silvio Caldas. Ao ser perguntado
sobre quem cantou a canção depois dele, em formato que mais aprova, Robson disse
que a versão feita por Saulo Fernandes, é uma das que mais gosta. Além de
diversas versões em português, foi também regravada em espanhol e alemão, e levou
prêmio de música do Carnaval. Entretanto, naquele ano ainda não havia o troféu
e este foi exatamente criado por causa dessa canção, falou Silvio.
O Hit Baianidade Nagô
No ano seguinte foi lançado o álbum Negra, nele tinha entre
as gravações a música Baianidade Nagô. Em meio ao lançamento deste trabalho, Robson
confessou que naquela época, era pouco tempo em casa e muito tempo na estrada.
A banda teve uma das maiores agendas do país, em torno de 140 shows no ano, o
que para o período era uma marca, comentou o vocalista. Foi necessário ter cabeça
centrada no lugar, pois vários amigos foram perdidos para droga e depressões ao
logo de sua trajetória. Baianidade Nagô, de composição de Evandro Rodrigues,
foi composta pensada para a banda Mel, e não deu outra, o sucesso foi emplacado
e em 1992 ganhou o troféu do carnaval. Silvio lembrou ainda que é uma canção muito
parecida em ritmo com Prefixo de verão, aí Robson completou: “sim, alguns começam
cantando uma e misturam com a outra”. Duas verdadeiras beldades da música
produzida na Bahia.
O que explica os sucessos são os ritmos, a atemporalidade, as
linhas melódicas, arranjos, letras e principalmente a interpretação
inquestionável e marcante do cantor que tem a voz mais linda e afinada do Axé
Music.
Capa álbum da Banda Mel
Mais história
Robson foi o primeiro cantor revelação do 1º troféu da história,
ao lado de Daniela Mércury e Bell Marques, em 1992, que levaram os troféus de
melhores cantores do carnaval daquele ano. Esse talento todo, levou a Mel a ser
uma das bandas da Bahia, mais famosas no mundo, e essas duas canções ajudaram a
vender muitos discos.
Silvio Caldas lembrou ainda, no bate papo com Robson de um forró
muito tocado em Cruz das Almas, inclusive pela banda Sarapatel com Pimenta, a
canção Trem bom, de Vicente Barreto e Paulinho Pedra Azul. Essa música foi gravada
em cima da hora, pois o grupo precisava ter um forró no álbum, e as cantoras
não quiseram colocar a voz, então o vocalista não só topou, como gravou a voz
principal e ainda fez a base do coro (backing vocal), usando a técnica do chamado
“abrir a voz”. A sanfona dessa canção foi
colocada pelo músico Oswaldinho do Acordeon, e foi gravada em São Paulo.
Ao longo de sua fala, Robson Morais fez questão de mandar
dois abraços. Um para a cantora Meyre Kal. Falou que já a conhecia de palcos, e
lembrou que em 2018 a reviu e teve a oportunidade de cantar junto com ela. Ocasião
que, em Salvador, num evento particular cantou sucessos de sua carreira
exatamente para a outra pessoa a quem direcionou o seu outro abraço, o cruzalmense
Wagner Gomes (coincidência ou não, este que vos escreve este texto).
Saída da banda Mel e lançamento da Bândabah
“Nem eu esperava, não era a intenção” fala Robson sobre a
sua saída da Mel, porém, a relação estava desgastada com a direção, e ele por ainda não se achar preparado para
carreira solo, partiu para o Projeto da Bândabah, junto com Márcia Short. Morais fez questão de frisar que o processo
judicial hoje travado com a empresa do grupo Mel, é algo comercial e não pessoal.
Este processo se arrasta há 26 anos. Falou ainda que apesar de tudo, a saída
foi tranquila, e que inclusive foi ele mesmo quem indicou Joka Barreto, para ser
seu substituto na nova formação do grupo. O cantor ainda falou que a saída
aconteceu no momento que deveria ter acontecido.
Sobre “Balé do Amor”, a lida canção e primeiro sucesso da
Bândabah Robson comentou sobre a beleza da escala do solo decrescente para mudança
do tom nessa música, isso porque, ao longo da música, havia a passagem da voz feminina
(de Márcia) para voz masculina. O vocalista disparou: “nunca ninguém tinha feito”. Em
2018, Meyre Kal dividiu com Robson a apresentação dessa música, no evento
particular que nos referimos acima. Um dos vídeos postados no You Tube desse
evento tem mais de dez mil visualizações. O evento contou com a participação da
cantora Janete Dantas também. A Bândabah teve um problema administrativo com
uma sócia paulista, que “bagunçou o coreto”, segundo Robson. E este ao lado de
Márcia acabou tendo que assumir a administração e também a parte artística. Isso
os levou a exaustão e precisaram parar para descansar, confessa. Neste momento,
lembrou que mesmo estando fora da grande mídia, continuam trabalhando, e muito.
Os cantores são sócios em alguns negócios.
Capa álbum da Bândabah
Vídeo evento particular em Salvador, onde Robson e Meyre cantam Balé do Amor
Gentileza e respeito
Robson acredita que fez tudo o que deveria ter feito, assume
os erros e os acertos, e diz preferir se arrepender do que não fez.
Ao falar que está preparando novidades, lembrou que foi o primeiro
artista baiano a gravar uma canção de Jorge Vercilo. Trata-se da música “Alegre”
encontrada no primeiro álbum da Bândabah.
Ao demonstrar toda a sua capacidade de ser humilde e cortês
com as pessoas, fazendo uso do respeito e da gentileza, Robson, no final da
conversa, lembrou a importância dos ouvintes permanecerem em casa, na luta para
conter a pandemia do COVID-19. Lembrou
de sugerir a todos para orarem e disse que vamos voltar mais fortalecidos. Fechou
sua fala dizendo que quem quiser falar com ele, basta buscar seus perfis oficiais
nas redes sociais, que ele, mesmo se demorar, por conta do corre-corre, responderá.
Silvio Caldas despediu-se da entrevista agradecendo a gentileza
e atenção de Robson e fez questão de dizer que o bate papo foi do jeito que ele
gosta, sem pauta, e que tudo fluiu de uma forma muito boa.