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quinta-feira, 17 de junho de 2010

SACODE SALVADOR - TEATRO JORGE AMADO


Pessaol,

Fazendo eco a campanha a favor manutenção do Teatro Jorge Amado de Salvador, publicamos abaixo um texto divulgado pela grande artista Vania Abreu.
vejam abaixo:


"Olá Minha Gente querida,

No início de maio escrevi para vocês sobre o fechamento do Teatro Jorge Amado, da minha tristeza e indignação.
Pois bem, nesta sexta-feira dia 18 de Junho um movimento estará por lá. Durante todo este dia, a partir das 10h da manhã participe, entre e deixe sua presença cidadã no evento denominado VIRADA CULTURAL - PELA PRESERVAÇÃO DO TEATRO JORGE AMADO.
Parece apenas um movimento de artistas para continuarmos tendo um palco mas é muito mais que isso. Um espaço com equipamentos, palco e poltronas é um lugar onde alimentamos gente, formamos gente, educamos gente e infra estrutura é o primeiro e principal ponto da democratização da produção cultural. A infra-estrutura física é indispensável para o acesso à cultura. O resultado de uma cidade sem infra-estrutura são amontoados de habitações inadequadas, desordenadas e com gente mal educada que fazem dos espaços coletivos, locais de ocupação egoístas, do confronto, da violência, da competitividade. Ruas, estradas, escolas, hospitais, teatros, entre outros é dever do Estado promover, fazer, oferecer. Nós pagamos por isso. Sem isso, a cidade vira território de cada um e de ninguém. E isso é o que de alguma forma estamos vendo todos os dias nas grandes cidades, e em Salvador não é diferente.
Os cidadãos soteropolitanos precisam entender que a mesma força que nos dá identidade cultural, símbolos como nosso carnaval, nossa culinária, nossas festas e heranças entre outros tão profundos e que tanto nos orgulham devem ocupar outros espaços, os que farão da cidade um lugar que se reconheça no futuro, que possamos ocupar e viver juntos.
A conquista de qualidade de vida está indiscutívelmente associada aos processos culturais, dentre eles a de formação de platéia, que possa assistir e perceber as riquezas da criação, os detalhes de cada show ou espetáculo e discuta e perceba o conteúdo. Não podemos deixar que a arte e a cultura esteja apenas nas mãos dos empresários, do capital, que tratam e se referem ao público apenas como consumidores de um produto, porque senão assim permitiremos que nos tratem como gado, como boiada, sem nossa humanidade, nossos anseios de alma e felicidade imateriais, e somos humanos ou devemos procurar ser mais a cada dia. Nossa vida é e pode ser mais genial.
E este é o princípio que deve levar vocês a estarem lá no dia 18. É preciso dizer que somos gente, pensante, interessada no que realmente tem valor e é direito.
O Estado deve intervir e ajudar o teatro a se manter aberto. Os cidadãos soteropolitanos devem dizer que se importam com o fechamento de mais um teatro, e não admitem só as regras do capital, e da lógica de eficiência dele que esconde falta de ética, manipulação de verdades e uma teia de relações para manter um mesmo grupo enriquecendo e o que é bem pior empobrecendo nossa vida, nosso olhar, nossos ouvidos e mentes.
Aceitar simplesmente é admitir que a medida de tudo é o capital e não somos nós.
Pense nisso e vá lá.
Mande um e-mail para o vereador que você votou (se tiver sido eleito) peça, exiga sua presença para colaborar numa solução.
Mande um e-mail ou um twitter para um artista baiano bem famoso (rs!) e peça à ele para mandar uma mensagem em apoio ou uma nota para imprensa.
Exija dos que tem visibilidade e poder na sociedade atitudes benéficas, exemplares.
Sacuda seu corpo e sua cabeça por você e sua cidade. Tire os pés do chão, levante suas mãos.

Conto com você e os seus amigos.

Com meu respeito e carinho,

Vania Abreu
16 de Junho de 2010"

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